Por Antonio Saturnino

Descolada, altíssima, estilosa, linda e simpática. Hoje eu usaria estes adjetivos para descrever a Luciana Mello, que se apresentou nos dias 9 e 10 de dezembro, no Tom Jazz, pelo projeto Sons da Nova, promovido pela rádio Nova Brasil FM. Com a casa lotada em ambas as datas, a cantora agitou e emocionou a plateia com as canções de seu mais recente álbum, “6° Solo”, como a faixa Tchau, uma das mais pedidas atualmente nas principais rádios brasileiras. Mas, claro, não ficaram de fora os grandes sucessos de sua carreira, Assim que se faz, Prazer e luz Simples desejo, que podem ser considerados o “cartão de visita” da artista. Luciana, neste show, foi ousada, ou como ela própria disse, estava tirando onda com as línguas. Interpretou a canção francesa,  Couleur Café, composição de Serge Gainsbourg, e Only you, do The Platters.

A cantora conversou com nossa equipe e falou sobre o novo disco, parcerias, amigos,  seus ídolos e mostrou o que tem “na veia da nega”.

Matraca: Quais foram suas inspirações e influências para o “6° Solo”?
Luciana Mello: Eu quis fazer esse álbum com as minhas influências da música brasileira. Não que os outros não tivessem, mas tinha muito da minha influência do soul e da black music. No “6° solo” priorizei as minhas raízes do samba, da música brasileira mesmo. Comecei pela escolha de como fazer o disco, ele foi todo tocado e gravado ao vivo em estúdio, que foi uma ideia do grande produtor deste trabalho, o Otavio de Morais. A escolha dos compositores foi um outro ingrediente importante. Tem grandes nomes da música brasileira, como Arnaldo Antunes, Chico Cesar, Jair Oliveira, Sergio Santos e Paulo Cesar Pinheiro. Salvo uma música francesa (Couleur Café), que é do Serge Gainsbourg, mas a gente optou por fazer um arranjo mais latino e minimalista.

M: Nós cobrimos o show de lançamento desse álbum e, em determinado momento, estavam no palco com você o Pedro Mariano, Wilson Simoninha, o seu irmão, Jair Oliveira. Qual a sua relação com esses artistas e qual a importância deles em sua carreira?
LM: Eles são a minha família! Não só eles, mas também o Max de Castro, irmão do Simoninha, e o Daniel Carlomagno. Em primeiro lugar, eu admiro muito o trabalho deles. Já gravei composições deles, já gravamos canções juntos, frequentamos a casa um do outro. Sem falar que durante muito tempo nós cantamos juntos no projeto Artistas Reunidos, e nos apresentamos juntos toda semana, durante quase três anos. Nos tornamos irmãos e até hoje cada um influencia no trabalho do outro.

M: Um projeto recente colocou alguns cantores renomados para interpretar canções de seus ídolos. Foi o caso da Maria Bethânia, que fez um show com músicas do Chico Buarque e da Sandy Leah, que em uma apresentação cantou apenas músicas do Michael Jackson. Se você fosse escolher um cantor para dedicar um show, quem seria o homenageado?
LM: Eu faria de tanta gente. Michael Jackson seria um deles, com certeza. Stevie Wonder seria outro, Jair Oliveira também. Eu acho um absurdo que as pessoas sempre falam que não vale porque ele é meu irmão, mas tem que pensar no lado Jair Oliveira como artista. Porque, independente de ser meu irmão, é um grande produtor, compositor, arranjador e um grande músico. Ele tem muita música bonita que eu não gravei e adoraria gravar. Mas, pensando assim, eu cantaria Chico (Buarque) também, Tom Jobim, Ed Motta, Cláudio Zoli, Paulo César Pinheiro, que tem músicas lindas. O próprio Sérgio Santos, que eu gravei uma música dele, tem um repertório maravilhoso de composições. Nossa, tem muita gente aí.

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