Por Juliana Maffia (@jumaffia)

A primeira vista Todos dizem eu te amo é como muitos outros filmes de Woody Allen. Ele trata de relacionamentos entre familiares, amigos, parceiros. Também, como outros filmes de Allen, as histórias do longa vão se cruzando e misturando, porém nada muito difícil de acompanhar. Mas, diferente dos outros trabalhos do cineasta, esse filme é um musical e, também diferentemente dos outros, ele não funciona. Vamos à história.

A família Dandridge é formada por nova iorquinos liberais acostumados a uma cheia de luxos. Eles também contam com alguns agregados como Holden Spence, o noivo da filha mais velha, e Joe Berlin, ex-marido da atual Sra. Dandridge. Conhecemos de cara a vida amorosa destes personagens, desde o noivado normal à eterna busca pelo mulher perfeita de outro. Mas a influência de outros acaba, de uma maneira ou outra, interferindo nestes romances, coisa que pode começar com boas intenções mas pode acabar destruindo tudo.

É difícil dizer porque alguns filmes de Woody Allen são um sucesso e outros dão errado. O problema talvez esteja na necessidade de dirigir um filme todos os anos, gerando mais fracassos, ou  talvez um maior descaso por parte do diretor. De qualquer forma Todos dizem eu te amo é um filme fraco. O elenco não possui química nenhuma, o personagem de Allen é um pouco desprezível, aliás, muitos deles são, e na necessidade de contar tantas histórias, nenhuma acaba sendo contada de forma satisfatória. Triste também foi ver bons atores, como Edwar Norton, desafinando nas partes musicais. Ou o oposto, como Goldie Hawn cantando maravilhosamente bem, mas com sua atuação fraquinha. Talvez difícil mesmo seja se identificar com essa classe média americana que vive muito fora da nossa realidade. Ou o longa inteiro foi uma bela indireta a todos que jogam a palavra “amor” aos quatro ventos. Mesmo assim não faz de Todos dizem eu te amo um bom filme.

Na hora de conhecer a filmografia de Woody Allen não há problema algum em pular este longa, afinal o diretor fez diversos outros filmes que merecem mais sua atenção.

Por Juliana Maffia

Ao descobrir que um de nossos livros favoritos será adaptado para o cinema, o consenso geral costuma ser de terror. Pois bem, essa sensação não existe com Clube da Luta. O filme, adaptado do livro homônimo de Chuck Palahniuk, é com certeza uma das melhores adaptações já realizadas para o cinema. Além disso, o filme conta com as atuações de Edward Norton e Brad Pitt. O diretor de Clube da Luta é David Fincher, que dirigiu o recente, A Rede Social.

Brad Pitt, como Tyler Durden, aparece na vida de Edward Norton em um momento crucial. Norton acabou de perder sua casa em um incêndio e requer a ajuda de um quase-estranho. Norton já era um tanto perturbado e frequentava grupos de apoio para conseguir dormir. Juntando-se ao anarquista Tyler Durden fundam o clube da luta. Homens comuns vão extravasar a raiva e no dia seguinte voltam para seus trabalhos. O problema começa quando Tyler resolve que isso não é o suficiente, decidindo então mudar o mundo.

O que há de melhor nesse filme é sua história. Clube da Luta tem um roteiro bem amarrado, sem furos e, o mais importante, muito criativo. Fincher já pegou uma mina de ouro e teve mais sorte ainda com o elenco. A interação entre os três personagens principais é tão incrível que o espectador não percebe nada de errado, justamente a intenção do diretor. Como sempre Fincher dirige um filme com poucos erros e com uma ótima trilha sonora.

Clube da Luta diverte, choca e questiona todos. Quando um filme começa contando o final da história, só podemos ter uma certeza, a viagem vai ser única. O filme já tem alguns anos, mas revê-lo é uma ótima experiência, quase tão boa quanto vê-lo pela primeira vez. Os detalhes da direção minuciosa de Fincher ficam ainda mais fáceis de encontrar. Na opinião dessa blogueira, Clube da Luta, sem a menor sombra de dúvidas, é um dos melhores filmes contemporâneos.