Por Antonio Saturnino

Imagine um show para milhares de pessoas, em palco montado no movimentado centro da cidade de São Paulo, mais precisamente na rua XV de novembro, com cantoras jovens, ainda pouco conhecidas do grande público, abrindo um grande evento, como a Virada Cultural. Agora, continue imaginando, durante a primeira música uma falha técnica ocasiona um apagão geral no sistema de som e a canção é interrompida. Desespero?! Nada disso, a cantora paulistana Tiê encarou e contornou esta situação com muita simpatia.

Mesmo com frequentes falhas sistêmicas durante sua performance, inclusive com um piano temperamental que cismou em não funcionar, a cantora cativou o público com seu jogo de cintura, voz suave e, principalmente, com a qualidade musical de seu segundo álbum “A Coruja e o Coração”, lançado recentemente. Tiê encerrou sua participação interpretando a música “Chá Verde”, atendendo a pedidos incessantes do público

Logo em seguida, quer dizer, não tão em seguida, pois na tentativa de reparar as falhas e erros do primeiro show, Thaís Gulin subiu ao palco com 20 minutos de atraso. A plateia esperou pacientemente pela cantora curitibana que, nesta apresentação, cantou músicas de seu segundo álbum, também lançado recentemente. O disco “ôÔÔôôÔôÔ” já foi pauta em matéria aqui na Matraca Cultural e promete ser grande sucesso pela qualidade musical e de parcerias escolhidas a dedo e de dar inveja em qualquer músico.

Engana-se quem pensa que os problemas de som estavam resolvidos. Ela também precisou usar o rebolado, não literalmente, para contornar a situação. Diferentemente de Tiê, Thaís usou sua voz firme e muita sensualidade para sobrepujar estes problemas técnicos (e/ou organizacionais).

Pelo menos no que tange à apresentação das cantoras, ninguém tem do que reclamar. Elas deram um verdadeiro show em performance e carisma e cativaram um público animado e paciente a despeito das falhas e atrasos.