por Juliana Maffia

Protagonizado por Justin Timberlake, Amanda Seyfried e Cilian Murphy, O Preço do Amanhã deixa muito a desejar. Sua ideia central é ótima, o mundo mudou. Agora tempo, literalmente, é dinheiro. Enquanto os pobres têm pouco tempo de vida, os ricos mal sabem o que fazer com todo o tempo que possuem. Mas em certo momento, a história perde completamente o foco, transformando O Preço do Amanhã em um blockbuster barato e maçante.

No filme, Timberlake é Will Salas, um jovem que trabalha duro para conseguir tempo de vida para ele e sua mãe (Olivia Wilde). No mundo de Will, as pessoas envelhecem até os 25 anos e depois disso precisam trabalhar em troca de tempo (horas, minutos e segundos), para assim poder continuar vivendo. Mas, com a ajuda de um desconhecido, Will descobre um mundo fora do gueto onde vive.

Do outro lado da cidade, em um outro “fuso horário” as pessoas vivem como reis. Não se preocupam com tempo, e o esbanjam em festas e jantares caros. É lá que Will conhece Sylvia Weis (Amanda Seyfried). Mas, uma vez neste local, Will é acusado de assassinato e é a partir dai que ele, juntamente com Sylvia, resolvem mudar o mundo onde vivem. Começa então uma fuga e uma redistribuição de renda à la Robin Hood.

Por que afirmei que o filme promete? Pois a ideia inicial do filme era, ou melhor, ainda é muito boa. Pegar a metafora de tempo é dinheiro e transformá-la em realidade poderia ter tornado esse filme fabuloso. Um ótimo longa de ficção científica. Mas O Preço do Amanhã não focou na sociedade distópica, e sim no relacionamento entre o garoto pobre e a menina rica e mimada. Criaram uma atmosfera misteriosa rodeando a história do pai de Will, mas isso depois foi deixado de lado. Pouco desenvolveu o personagem de Cilian Murphy, que fazia um “policial do tempo”. Enfim, como muitos outros filmes por ai, deixaram para lá o roteiro e filmaram correrias e tiroteios. Quando será que vão aprender?